Ela tem uma graça ingênua e romântica...meio
Chaplin, que me emociona, me excita, me esvazia ... e depois me
preenche, com essa sensação de que absolutamente tudo fica possível,
quando do lado dela olho pra dentro de mim. E ela, sem saber, me
empresta seus exércitos, me torna mais feroz, mais digna de viver o peso
da lágrima ou do riso. E então eu vejo aquele tantão de vida quando ela
pega a xícara com café quente, leva-a
até a boca...com os olhos fechados para não entrar fumaça e, com a
delicadeza como a de alguém que carrega uma lágrima na mão, me oferta um
sorriso. Pronto. Fez-se o milagre diário. E todo dia peço, nas noites
que antecedem essas manhãs, que se caso ela não me der um sorriso no dia
seguinte, eu consiga emprestar o meu a ela.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
kali
..e então ela viajou o mundo todo, encontrou
piratas e deuses, interrompeu lágrimas, embora tivesse motivos para
deixa-las cair. Sorriu um bocado, inventou sorrisos, alguns foram
sinceros. Viu a humanidade brindar com champagne à própria miséria. Viu
seus olhos em outros olhos e seu coração em outras mãos. Dispensou o
óbvio. Enterrou planos. Viveu o inusitado. Sobreviveu a tudo e veio
embora sem escudos, não precisava mais deles. Aprendeu a ser forte,
sabendo admitir suas fraquezas. E quando encontrá-la, não a interrogue
sobre seus amores, qual sua comida preferida ou quais lugares ela mais
gostou. Ela viajou o mundo todo e é constiuída muito mais por perguntas
do que respostas.
da dúvida
A dúvida é uma chatice que podemos ultrapassar, enquanto a certeza...uma chatice que nos limita.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Difícil sair de ontem...
Foi difícil sair de ontem...os mesmos enganos, as mesmas falas, os suspiros que antes previam o gozo, agora se instalam como um vácuo entre a necessidade do adeus e a falta de coragem em dizê-lo.
Há o momento em que a certeza entra pela porta da frente, invade a sala e lacra a porta de saída. Essa certeza é aquela que nos faz respirar o hoje como prévia do amanhã, o café com cheiro de rotina, o domingo de folga que nos cansa mais que a segunda. É a certeza tão contínua que se passa despercebida, mas exata, domesticada, que enferruja o anseio , mas somos tolos demais para nos permitir ao acaso. Acaso por si só, respeitando-o. Ele não é o inimigo dos teus planos e nem tão pouco degradante, tanto quanto essa certeza ancorada na mesmice, na segurança tosca fantasiada de prudência.
Enfim, chega de blá,blá,blá.
Ninguém nunca vai te dar a medida exata de ousadia, nem tão pouco deixar de te julgar quando se é ousado, imprudente, inconsequente...para algumas pessoas essas palavras são sinônimos.
Ouvir demais os outros nunca foi receita de felicidade para ninguém.
Ouvir demais a si mesmo nunca foi garantia de sucesso.
Entre a ousadia e a imprudência tem só um pedacinho de caminho que se chama Tentativa.
E esse caminho torto te deixará enlouquecido. Mas é o resumo da vida. É nele que você vai perceber que entre o riso e o choro, há somente uma ponte chamada Tempo. Que nada, absolutamente nada, vai sair como você planejou, pode ser que seja pior ou melhor, mas nunca igual. Que a exclusividade não esta no amor, mas na maneira que você se permitirá a amar. E que metade da dor é realmente dor, a outra metade é estupidez. E nada disso fará sentido se a suas culpas sempre forem mais pesadas que a sua fé. E na dúvida, sempre ouça seu coração, ao menos se ele errar, você terá o melhor álibi. Se proponha antes de tudo a se conhecer, pode ser que você nunca consiga chegar a uma conclusão, mas isso te manterá tão ocupado que não perderás tempo tentando consertar os outros. E o medo é um calabouço disfarçado de proteção.
Tente, ao menos tente, não entender tudo e ter o controle de nada.
E que Deus tenha piedade de ti, mas jamais você de si mesmo.
amém.
domingo, 26 de agosto de 2012
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