terça-feira, 20 de julho de 2010

no escuro.

Era um quarto escuro.
Tentava enxergar com as mãos, mas o breu me enrijecia, a única certeza que tinha era de que o próximo passo poderia me levar para qualquer lugar.
Ficar parada me “panificava, a sensação latejante de que o teto poderia vir abaixo me angustiava concomitante à falta de resposta.
Andar em círculos me cansava, mas foi a saída paliativa.
As idéias estavam provavelmente ao lado de fora, mas elas tinham que partir de dentro.
Tateava à procura de luz, mas meu silencio sangrava e me servia mais de ancora do que de bússola, porque ele não dizia nada (ou tudo?).
De que adianta o grito do silencio quando os ouvidos estão fechados?
Então eu só sentia e talvez daí viesse a resposta.
Qual resposta?
Então era tão escuro que a claustrofobia tomou conta.
Mas ainda prefiro perder o ar sob mim do que trafegar à margem da sombra dos outros.
Ali não havia sombra, nem a minha.
Eu não estava só, mas era apenas a minha respiração, só o meu coração que batia.
Perdia a noção de tempo, de espaço, de realidade...
Mas nada é tão claustrofobico quanto a realidade.
Perdida, me achei: o escuro era eu.

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