segunda-feira, 28 de junho de 2010

silêncio

é o grito temido da voz: silencio.
é o silencio que esclarece o que o sonoro nao alcança. talvez por medo, ou refugio, a voz fica presa, contundida. Palavras muitas vezes mascaram a essência.
então nos calemos.
é no silencio que o toque é compreendido. a palavra oculta transcende seu significado, ultrapassa qualquer função, vira apenas sentir.
sentir, no silencio, a eternidade do teu cheiro, a singularidade do seu toque, a permissão dos teus sentidos.
eu quero de fato aquilo que voce nao diz. quero o que te aflige. quero o que te amedronta. quero teus anseios esquecidos. quero teu ego fragil vestido de gigante. quero aquilo que voce pensa enquanto dura teu cigarro na solidão do teu quarto. quero me perder no nosso silêncio pra poder te encontrar.
e é assim, na eloquencia do teu silencio que eu te alcanço, que eu te ouço, é
onde teus pedaços se juntam, te deixam livre de ti, sem algemas.
eu quero o teu grito, dentro do mais ensurdecedor silêncio.

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